Faz mais ou menos dez anos que fui ao CCBB pela primeira vez. Eu devia ter uns treze anos, estava de férias. Lembro que fui à loja da Mesbla (caramba, ainda existia a Mesbla!) no passeio, comi pela primeira vez num rodízio de massas (o restaurante é na Rua Primeiro de Março, existe até hoje) e, depois do almoço, meu pai resolveu levar a gente (minha irmã estava junto) lá. Fiquei impressionada com aquela cúpula do hall, todo aquele mármore. E gostei do lugar. Fatos importantes para mim aconteceram ali, desde a primeira ves que fui ao Anima Mundi até o primeiro encontro com o pessoal da Toca-RJ. Resolvi dar uma passadinha por lá hoje; para mim, o lugar ainda não perdeu o encanto. Sério, sou apaixonada por aquilo ali! Recomendo a exposição sobre a arte cubana do século XX, excelente.
Essa história de "dez anos atrás eu estava..." me recordou de outra coisa. Aula de Antropologia I hoje, discussão sobre Levi-Strauss e os estruturalistas. No fim da aula, a Gláucia - nossa professora - resolve fazer uma pesquisa sobre casamento. Perguntas do tipo, "quem pretende casar", "quem faria de tudo para manter um relacionamento", "quem casaria com convicção de que seria para sempre" e "quem teria um relacionamento do tipo aberto". Pela amostragem, deu para perceber que nós somos um bando de gente certinha. A maioria, pelo menos.
Para que falei isso tudo? Por um motivo: isso me lembra que estou sozinha. Com quase 24 anos e sozinha. Na faculdade; sozinha. Vendo um monte de gente, inclusive mais nova do que eu, com alguém; enquanto eu estou sozinha. Apaixonada platonicamente, como há dez anos atrás. E há dez anos atrás, usei peça de roupa cor-de-rosa para ver se desencalhava. E nada, e nada de me arranjar. Foi como disse para a Carla hoje: "sempre tem um chinelo velho para um pé cansado, mas até agora não encontrei um do meu número". E há dez anos, eu era apaixonada pelo Marco Aurélio. Putz, o Marco Aurélio! Poxa, um dos caras que mais fazia zona na 701! E eu gostava dele! Quando lembro disso, dou risasda. Pelo menos, tive uma certa importância na vida do moço: digamos que dei uma forcinha na mudança de gosto usical do menino.
"Careful what you wish, careful what you say", já dizia o Metallica na letra de King Nothing. Lançada há dez anos atrás, caramba! E há dez anos atrás, eu dizia que só namoraria depois da faculdade. Faculdade era algo longe para uma mocinha de 13 anos, muito longe. E pago com a solterice as palavras e o desejo de 10 anos atrás.
Mas finalmente tenho uma turma com um time de futebol descente! Bem diferente de dez anos atrás.
quinta-feira, junho 01, 2006
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